10 de novembro de 2008

A experiência da Aplicação da Primeira Prova

NARRATIVA: A experiência da Aplicação da Primeira Prova Nesse fim de semana eu corrigi as primeiras provas como professor, depois poder dar o conteúdo de trigonometria no triângulo retângulo para uma turma do primeiro ano do ensino médio. Aqui existe todo um simbolismo de passagem de etapa na minha vida, e de todo o estudante no meu lugar, onde estou passando de aluno a professor, terminando os estágios de formação como docente e começando a atuar numa sala de aula. Voltemos aos acontecimentos dos últimos dias de estágio... Apliquei uma prova na quinta-feira e outra na sexta-feira, sendo do primeiro G e D, respectivamente. A segunda turma ficou sob minha responsabilidade a correção. Durante a aplicação das provas, dava para ver a tensão nas faces daqueles adolescentes, mesmo sendo estudantes e fazerem provas há pelo menos oito anos, para muitos parecia à primeira prova, com todo o peso e responsabilidade de uma prova de matemática. De cara deu para ver que alguns não deram muito bem, e entregaram e prova em branco e outros mal mexeram nas questões. Naquele momento fiquei imaginando meus momentos de tensão e de frustrações nas provas. Naquela época, ou até recentemente, ficava indignado por ter estudado, ter feito as listas de exercícios, participado da aula, e na hora da prova não conseguir fazer nada... Depois soube que ali tinham muitos fatores externos que influenciaram como depressão profunda, ansiedade crônica, noites mal dormidas por causa da insônia e outras enfermidades de teor espiritual. Ou seja, tudo acontecia menos às notas, e o pior era que qualquer professor considerava as notas baixas como não-estudo ou ser um péssimo aluno. Lembrei da única vez na minha vida que tinha tirado zero numa prova, fora de Geometria Diferencial, após intenso estudo, mas fui taxado incompetente, de medíocre, de péssimo aluno, mas o então professor, mesmo sabendo de tudo, não exitou em me julgar e condenar. Estava sob afastamento psiquiátrico, mas fui obrigado a fazer a prova. Agora, vendo aqueles alunos ali fazendo provas, e ter ouvido antes, tanto no início do estágio, como na véspera da prova que, aqueles alunos eram os piores da escola, que não interessasse o que fizéssemos que aqueles alunos não tivessem “solução” e as notas seriam péssimas. Agora após o final das correções das provas, as notas foram péssimas, mas o fato de aprendizado por parte de alguns alunos, não tem preço, e valeu à pena. Tudo isso não impede que procure refletir sobre minha pratica pedagógica, já que teve 83% de notas abaixo da média, sendo que 24% de notas “zero”, e apenas 17% de acima da média. Se fosse eu como aluno, e ainda cometo tal atitude, chamaria um professor desses de carrasco, e de muitos adjetivos negativos, mas e agora, como sou eu e não outro, não devo fazer com que a professora do estagio faz sempre, em que a culpa é sempre e somente dos alunos. É necessário fazer uma dura reflexão sobre a minha prática pedagógica e procurar onde errei e porque errei e como melhorar. Outra reflexão que agora posso fazer é em relação à validade de provas como único meio de avaliação da aprendizagem, depois de uma bela bagagem de estudo de artigos, dissertações e teses de Educação Matemática e até de psicologia. Agora posso questionar: será que não estou repetindo os mesmos erros dos meus professores, ao repetir a padrão de massacre das provas? Pude observar que alunos que conseguiram resolver exercícios em sala de aula, e claramente mostravam aprendizado significativo, ficaram com notas baixas, podem ser considerados como um indício que se eu fosse professor dessa turma, agora seria o momento e ouvir por parte deles alguns pontos que eles considerassem errados. Acho fácil chegar ao conselho de classe e falar que o único culpado é o aluno, e enumerar os alunos incorrigíveis, que iriam ser enviados para conversar com a coordenação pedagógica. Por tudo, em cima de minhas narrativas reflexivas, o obvio: “Crescer é doloroso, além de difícil, mas necessário. Creio que a ensino no Brasil só pode melhorar com o esforço de cada um, através de uma bela formação continuada, de muitas leituras, e produto de reflexões sobre suas práticas pedagógicas de modo continuo.

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