8 de fevereiro de 2009

APONTAMENTOS PARA UMA HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO ESCOLAR EM MATEMÁTICA

O Capítulo 1 do livro “AVALIAÇÃO EM MATEMÁTICA: História e Perspectivas Atuais,” organizado por VALENTE (2008), cujo título é: “Apontamentos Para uma História da Avaliação Escolar em Matemática”, inicia-se com um tópico chamado Preliminares, onde o autor mostra que há mais de 60 anos a discussão sobre provas e exames está na mídia, e discute a partir de Chervel (1990), as bases teóricas dos ensinos escolares.
O próximo tópico, “No tempo dos Exames Parcelados: Do Império às Primeiras Décadas da República”, onde o autor mostrar, a partir da história da educação matemática no Brasil, um histórico das formas de avaliação, onde é mostrado o primeiro método, que é o exame parcelado ou exame preparatório, com a função de preparar para o ingresso no ensino superior. Aqui o trabalho dos professores de matemática consistia em fazer os alunos a fixarem os pontos, sobre o que era necessário saber, como teoremas, aplicações e definições. No tópico seguinte, “Dos Exames Parcelados aos Exames Seriados”, onde inicia-se com a Reforma Rocha Vaz, de 1925, que estabeleceu a seriação obrigatória de 6 anos do curso secundário, e estabelece que exames de colégios particulares seriam feitos no Colégio Pedro II. Já em 1927, são estabelecidos que nos exames de ensino secundário, são permitidos exames parcelados. Dessa forma, o período, em termos de ensino secundário, são de muitos exames. Euclides Roxo tenta alterar as práticas da memorização dos pontos das provas, ao propor o sorteio dos pontos das provas. Seguindo, em “O nascimento dos Tests”, o autor começa a falar sobre a docimologia ou a ciência que estuda os exames, estando inscrita no contexto da criação da psicologia. Dessa forma, a psicologia experimental considera o comportamento um conceito chave, e ainda diz que essa avaliação deve ser feita com o uso de testes. Desse modo, a orientação psicológica do ensino, irá influenciar os modos de avaliação escolar. O autor continua mostrando o momento histórico, relatando a luta de Euclides Roxo para mudar a forma de avaliação do Colégio Pedro II, pedindo o fim dos exames orais a adoção dos testes, mas o Conselho Nacional de Ensino veta a mudança. Assim, a chegada dos testes no meio escolar, na avaliação da aprendizagem da matemática, ainda mantém um elemento sempre presente dos exames: a tentativa da impessoalidade do processo avaliativo. Enfim, no último tópico, “Dos exames para as provas parciais”, o autor começa revendo que, até agora vimos que os sistemas de avaliação constituíam-se provas escritas e orais. Porém, com tempo, a dinâmica dos exames orais vai se tornando inviável, pois se precisava de examinadores externos para avaliarem alunos a cada encerramento de nível de ensino e de promoção série seguinte. Outro fator é o ingresso da classe média na escola nos anos 30, e da classe popular nos anos 50. Todo isso, fez com que aumentasse e muito o número de exames, e de examinadores, tornando o processo inviável. Agora, todo esse processo provoca a introdução das provas parciais nas escolas, e tal fato causam muitas turbulências, tendo como fato dos exames se manterem de forma arraigada no sistema escola até a década de 50. Na década de 60, um periódico de educação faz análise das provas parciais de matemática, onde traz como temas de análise: programas, pontos, questões e julgamento das provas. Dessa forma, conclui-se que os inspetores de ensino buscam orientar os professores de modo semelhante àquele utilizado pelo sistema de exames. Ao longo das reformas das décadas de 30, 40 e 60, as provas finais vão ganhando importância no processo avaliativo. Na década de 70, as avaliações terão referencias no tecnicismo escolar. Já na ultima L. D. B. de 1996, a avaliação passa a ser preocupação da União, a qual dá origem aos exames elaborados, controlados e corrigidos pelo Estado, o que de certo modo, acaba desqualificando os professores para o processo avaliativo.
Bibliografia
* CHERVEL, A. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria & Educação, n.2, p.177-229, 1990.
* Valente, Wagner Rodrigues. AVALIAÇÃO EM MATEMÁTICA: História e Perspectivas Atuais. Coleção:Formação e Trabalho Pedagógico. Editora Papirus. São Paulo, 2008.

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